
DRAG KING
RUBÃO
Rubão surgiu de uma inquietação: compreender, expurgar, vivenciar e questionar o corpo, seus direitos e as permissões a ele concedidas. Nasceu em 2014, entre a fricção lasciva de pele e plástico, para o curta-metragem "Lovedoll", de Débora Zanatta e Estevan de la Fuente. O filme circulou por diversos festivais de cinema LGBTQIAP+ nacionais e internacionais e integrou o quadro apresentado por Jean Wyllys, "Cinema em outras cores", no Canal Brasil. A obra abriu caminho para o início de uma investigação que foi muito além, mergulhando no universo Camp, fazendo aparições que desafiavam normas, expunham artificialidades e ridicularizavam o que é dominante. A partir das participações do filme em festivais, ficou evidente a pouca representatividade de mulheres no contexto queer.
Em 2017, Rubão passou a ministrar oficinas de drag kings associadas a uma festa performática chamada Kings of the Night. O objetivo era aproximar pessoas interessadas, gerar encontros, fomentar a arte king e fortalecer a cena cabareteira nacional. Esse movimento culminou na criação do primeiro coletivo de Drag Kings do Brasil, também chamado Kings of the Night.
Desde então, Rubão percorreu várias regiões do país, realizando shows, ministrando oficinas e vivenciando as cenas cabareteiras locais, o que ampliou significativamente sua pesquisa artística.
Rubão faz performances burlescas, provocantes, debochadas e vibrantes. Trazendo os signos, os acessórios, os fetiches e a gestualidade da performatividade masculina, expondo as relações de poder, apontando falhas e desvios, a maneira de ocupar espaços e os direitos dos corpos. Dessa forma, provoca a ordem binária, desperta dissidências, suscita a erótica e o desejo.